terça-feira, 20 de novembro de 2007

Bioconstrução usa materiais alternativos
Técnica é viável para quem quer baixo custo


Você já pensou em usar materiais alternativos na construção ou na reforma da sua casa? A bioarquitetura, também chamada de bioconstrução, é uma técnica de arquitetura e engenharia que busca utilizar materiais reciclados e energias não-poluentes. Outra vantagem é que boa parte das soluções apresenta baixo custo, afirmam os arquitetos.

Durante o V Fórum Social Mundial (FSM), em 2005, aproximadamente 20 agricultores do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) receberam capacitação técnica para a construção de casas de baixo custo com palha, terra e pneus usados. A iniciativa foi concebida por arquitetos de diferentes universidades do Rio Grande do Sul (RS).

Segundo o arquiteto Gabriel Menna Barreto, a moradia garante, além do baixo custo, conforto. Ele explica que, com as técnicas da bioconstrução, uma casa de 64 metros quadrados custa em torno de R$ 4 mil. Se fossem utilizados materiais tradicionais como cimento e tijolo, a mesma casa custaria pelo menos R$ 20 mil.

Integrantes do MST também ergueram, com a ajuda de profissionais, auditórios para abrigar os eventos do FSM. Das 213 salas, 20% foram construídas com teto de palha, chão de pedra e paredes de barro. As vantagens desta técnica são o aproveitamento de materiais próprios de cada região, o maior isolamento térmico e acústico, a economia de energia tanto na geração da moradia como na sua ocupação e o emprego de sistemas alternativos de refrigeração e calefação.

Classes média e alta

Um dos maiores desafios à bioconstrução, afirma o designer da EcoCasa, Walter Oliveira, é o preconceito contra esta tecnologia. As classes mais humildes, diz ele, vêem as novas técnicas como algo precário. Dessa forma, para conseguir mudar esta mentalidade, Oliveira trabalha com clientes de classes média e alta, que acabarão por servir de exemplo para os outros.

Para os especialistas em projetos residenciais de bioconstrução, Marcelo Todescan e Frank Siciliano, a pessoa não precisa ser ativista ambiental para querer uma casa ecologicamente correta. A dupla explica que, embora seja complicado pensar em construir um prédio de pau-a-pique e barro, isso não impede a utilização desse material nas paredes internas de um apartamento.

Eles vêem o consumo consciente como o cerne dos seus trabalhos. Assim, acreditam a madeira convencional dos móveis pode ser substituída por madeira reciclável, lâmpadas podem ser trocadas por outras mais eficientes e um aquecedor pode ser adotado em lugar do chuveiro elétrico. Outras adequações possíveis em residências são a captação e reuso da água, a captação de energia solar e a utilização de matérias-primas regionais.

Com informações Ambiente Brasil









APRESENTAÇÃO

O Instituto iBiosfera ministrará de 24 a 27 de Janeiro de 2008, um curso prático e teórico de Bioconstrução na sua Base de Campo da Juréia em Pedro de Toledo-SP,que receberá pesquisadores para a realização dos projetos da ONG voltados a implantação da AGENDA 21 em 7 municípios daquela região.

O foco deste Curso será ensinar e aplicar o uso de diversas ecotécnicas que podem e devem ser usadas na construção civil como opção mais sustentável e saudável das técnicas convencionais industriais.

É urgente a adoção de técnicas com menor impacto ambiental, para que a população humana possa continuar seu ciclo de evolução sem comprometer a VIDA no Planeta Terra e impossibilitar a autonomia e tomada de decisão das próximas gerações.

Além das ecotécnicas, serão utilizados materiais naturais e renováveis como o Bambu, a terra crua, materiais reciclados entre outros em substituição ao ferro, aço e cimento que causam enorme impacto ao meio ambiente em seus processos de produção industrial.

O Curso transmitirá noções teóricas e ensinamentos práticos, onde os alunos participantes auxiliarão no processo da construção de uma edificação totalmente estruturada com pneus e com a espécie de Bambu Phyllostachis pubescens (Mossô) tratada naturalmente em imersão e fervura.

Este será o IV Curso de BioArquitetura realizado na Base de Campo do iBiosfera que já foi apreciado por mais de 90 participantes na edições anteriores, sempre num clima de amizade, alegria, cooperativismo e participação.

ECOTÉCNICAS do CURSO

TELHADO VERDE

Telhados são partes essenciais em qualquer edificação para habitações humanas. Porém é possível que utilizemos materiais menos impactantes e também aproveitemos sua área para cultivar espécies vegetais e com isto ganhar conforto térmico, diminuir o problema com as enchentes, favorecer a biodiversidade e trazer mais beleza aos projetos. Durante este curso, construiremos um telhado verde, com área de 20 metros quadrados, e que será estruturado com bambus e utilizará materiais sustentáveis.


BAMBU


O Bambu é uma gramínea encontrada em todo o mundo e com mais de 1400 espécies de diferentes estruturas e aplicações para o ser humano. Seus potenciais para o uso humano são ilimitados sendo utilizado em todo o mundo, na construção civil, artesanato, utensílios domésticos, alimentação, vestuário e tantas outras aplicações.

O Bambu têm um aspecto ecológico muito favorável que é o seu rápido ciclo de renovação. Uma vez retirada uma vara de forma correta, haverá o rebrote do rizoma e em 3 anos, em média, haverá nova oferta de Bambu pronta para a utilização humana. Com o manejo correto, se tem uma touceira produzindo além de ser campeão em resgate de carbono.

Outro aspecto importante é a sua alta resistência e grande potencial para a utilização na construção civil, em moradias, pontes, mobiliário, e demais estruturas com finalidades próprias, como opção ao aço, ao concreto e principalmente à madeira, devido ao seu baixo custo, rapidez no processo construtivo e aspectos estéticos.


Neste curso utilizaremos duas espécies de Bambu:

  • Phyllostachis pubescens: Estrutura do edifício e sarrafeamento do telhado
  • Bambusa tuldóides: Estrutura das paredes de taipa-de-mão-leve

TERRA CRUA

A terra crua é utilizada nas construções humanas desde tempos remotos e em diversas regiões do Planeta, é o material de construção mais abundante do Planeta.

Em substituição aos tijolos de cimento, de terra cozida e outros materiais convencionais, a terra crua é imbatível, garantindo o menor impacto ambiental possível, redução de custo e alto padrão estético e de qualidade térmica e acustica para uma obra de residência.

As ecotécnicas que serão ministradas neste curso, demonstrarão como utilizar esta matéria prima bruta de forma ecológica, segura, com qualidade de acabamento e garantindo durabilidade para a construção.

Neste curso iremos ensinar 06 ecotécnicas com terra crua:

  • Tijolos de Adobe
  • Super Adobe (terra ensacada)
  • Taipa leve (pau à pique) - demonstrativo
  • Revestimento Natural de solocal (Reboco)
  • Tintas naturais
  • Pneus

ECOTECNICAS DIVERSAS

Uma habitação humana, não é ecológica apenas quando utiliza materias renováveis. Ela também tem que saber aproveitar os recursos à sua disposição de forma sabia, assim como reaproveitar todos os seus efluentes. Neste curso, iremos apresentar uma ETE composta por um sistema decantodigestor e zona de raizes, assim como uma mini oficina com a construção de um aquecedor solar de baixo custo, feito com garrafas PET e caixas de leite TETRA PACK .

Neste curso iremos ensinar as seguintes ecotécnicas:

  • Tratamento de esgoto por decanto digestor (anaerobio)
  • Tratamento de esgoto por zona de raizes/WetLand (aerobio)
  • Aquecedor solar d'agua de baixo custo (PET/TETRA'PACK)
  • Laje ecologica de ferrocimento (CASCAJE)

CONCEITOS TEÓRICOS – em forma de palestras audiovisuais

História da utilização dos materiais naturais
Vantagens e desvantagens do uso dos materiais naturais na construção civil
Espécies de Bambus para a construção civil
Técnicas de tratamento de Bambu para a construção civil
Tendências industriais do uso do Bambu – laminados e aglomerados
Apresentação de outras técnicas de Bioconstrução como terra crua em suas diferentes técnicas, tetos verdes, reciclagem e reutilização de água e outras.
Discussão dos conceitos de sustentabilidade e ecologia
Tipificação de efluentes
Sistemas e métodos de tratamento
Conceito de tratamento anaeróbio
Conceito de tratamento aeróbio
Biorremediação
Sistemas de Aquecimento de agua, a partir dos raios solares

PARTE PRÁTICA

Organização do canteiro de obras
Organização da oficina – ferramentas e materiais
Estoque e produção
Técnica de corte de Bambu
Técnica de furação em Bambu
Técnicas de encaixes
Montagem da estrutura
Vedações em técnicas de construção com terra crua (taipa leve)
Tintas e revestimentos ecológicos com cal e terra
Revestimentos de mosaicos de cacos cerâmicos
Construção do sistema hidráulico de tratamento
Construção wetlands com composição organo-vegetal


Instrutores:

Edoardo de Aranha, Arquiteto, CREA nº 5061455980/d, Mestrando em Engenharia Agrícola da Unicamp, Área de Pesquisa: Técnicas Construtivas em Bambu, ministra cursos, palestras e oficinas de Arte, Arquitetura e Bioconstrução.

Francisco Lima, Arquiteto, CREA nº 068259857 4, é fundador da Archidomus Arquitetura, atua em projetos e construções sustentáveis, ministra cursos, palestras e oficinas de Arte, Arquitetura e Bioconstrução.

Rodrigo Cesar Monteiro, Ecólogo, Mestrando em Engenharia Sanitária na Escola Politécnica da USP/CIRRA, Área de Pesquisa: Técnicas de Reuso de aguas e tratamento biólogico de esgotos domésticos

Wagner Oliveira da Silva,
Engenheiro Ambiental, pesquisador de tecnologias de baixo custo para produção de energias de fontes renováveis e sem emissão de poluentes na natureza.

PROGRAMAÇÃO DO CURSO:

Clique aqui para conferir toda a programação

O QUE ESTA INCLUSO NO VALOR DO CURSO:

  • Hospedagem em quartos comunitários em casa de veraneio rural (clique para fotos) vizinho da Base de Campo do Instituto iBiosfera , com 03 refeições diárias inclusas durante todo o curso, piscina e demais atrativos naturais.
  • Mídia eletrônica com conceitos teóricos do curso.
  • Monitoramento de equipe de construtores que conduzirão a parte construtiva.
  • Ferramentas para serem utilizadas nas partes práticas do curso.

VAGAS

São 25 vagas permitidas por curso. Não excedemos em hipótese alguma este número.

Além das 25 vagas temos por curso mais 3 vagas sociais. Estas vagas são oferecidas para lideres comunitários que terão todas as despesas gratuitas.

DATA De 24 a 27 de Janeiro de 2008.

Um comentário:

RRPUERTAS disse...

Bacana hein... fiquei interessado!